...A PACIÊNCIA DE DEUS NÃO TEM LIMITES, MAS HÁ MOMENTOS EM QUE A SUA PACIÊNCIA DÁ LUGAR AS SUAS JUSTAS AÇÕES... Anderson Ribeiro

10 de julho de 2010

LIÇÃO 01 – O MINISTÉRIO PROFÉTICO NO ANTIGO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO
             O tema da lição deste trimestre é: O Ministério Profético na Bíblia, a voz de Deus na terra. Sem dúvidas é um tema por demais importante, principalmente nesses dias em que muita ênfase é dada às adivinhações e previsões futurísticas por parte de homens que se dizem videntes, astrólogos e futurólogos, além de muitos falsos profetas que têm se levantado através dos meios de comunicação, dizendo estarem falando em nome de Deus. Assim, nessas 13 lições teremos a oportunidade, não apenas de aprender o que a Bíblia diz acerca do Ministério Profético, como também de identificar, à luz das Sagradas Escrituras, quem são os verdadeiros e os falsos profetas. Nessa primeira lição, cujo título é “O Ministério Profético no Antigo Testamento” estudaremos a origem desse ministério, o significado do termo “profeta” e “profecia” e algumas características dos profetas que se destacaram em Israel.

I – CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para uma melhor compreensão dessa lição, enumeramos alguns conceitos e definições:

1.1 Profecia. É a revelação inspirada, sobrenatural e única do conhecimento e da vontade de Deus. A profecia não é, necessariamente, uma previsão do futuro, e sim, a revelação do conhecimento e da vontade de Deus à humanidade (Am 3.7; Jr 36.1-3; Ez 2.3-8; 3.4-11).

1.2 Profeta. A palavra profeta deriva-se do termo hebraico nabbi que significa “falar” ou “dizer”, e do termo grego prophete, que significa “falar de antemão”. Portanto, o profeta é um mensageiro de Deus. Sua principal função é tornar conhecidas as revelações divinas e transmitir os oráculos de Deus ao povo (Ex 7.1; Nm 12.6; I Sm 3.20; Hb 1.1,2).

1.3 Ministério Profético. A palavra ministério significa “ofício”, “cargo, “função”, etc. Nas Sagradas Escrituras esse termo é coletivo e aponta para vários oficiais e autoridades religiosas e civis, bem como denota ofícios específicos, tais como ministério cristão, ministério dos anjos, etc. Assim, podemos afirmar que o termo Ministério Profético refere-se ao ofício ou função exercida pelos profetas de Deus.

II – O INÍCIO DO MINISTÉRIO PROFÉTICO

          Apesar de Abraão ter sido a primeira pessoa a ser chamada de profeta (Gn 20.7), foi Moisés quem foi considerado o primeiro profeta de Israel e também o modelo dos profetas (Dt 18.15-19). A Bíblia diz que nunca mais se levantou em Israel profeta como ele (Dt 34.10-12) e o próprio Deus deu testemunho acerca dele (Nm 12.6-9). No entanto, no que diz respeito ao ministério profético, considera-se ter sido Samuel que principiou, sendo ele o primeiro de uma sequência durante a monarquia de Israel (I Sm 3.1; At 3.24). Eles podem ser classificados como profetas orais e literários.

2.1 Profetas Orais ou “profetas da Palavra”. Foram homens chamados para o ministério profético que não deixaram registros escritos, embora que outros escreveram acerca deles e de suas profecias. Dentre eles, destacamos: Gade (I Sm 22.5); Natã (II Sm 12.1); Aías (I Rs 11.29); Senaías (I Rs 12.22); Azarias (II Cr 15.1); Hanani (II Cr 16.7); Jeú (I Rs 16.1); Jaaziel ( II Cr 20.14); Elias (I Rs 17.1); Micaías (I Rs 22.14); Eliseu (II Rs 2.1), etc.

2.2 Profetas Literários ou “profetas da Escrita”. Quase todos os “profetas da escrita” escreveram depois de terem sido “profetas da palavra”. Encontramos 17 livros proféticos no A.T., sendo que cinco deles são denominados de Profetas Maiores (de Isaías a Daniel) e doze de Profetas Menores (de Oséias a Malaquias). São assim chamados, não por causa da sua importância, e sim, pelo conteúdo do livro e pela duração de seu ministério.

III – CARACTERÍSTICAS DOS PROFETAS DO A.T.

         Os profetas eram pessoas que falavam em nome de Deus, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. Também eram conhecidos como “homem de Deus” (II Rs 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn 6.20), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Vejamos algumas características dos profetas do A.T.

3.1 Era alguém que tinha um estreito relacionamento com Deus (Am 3.7). Por estarem em perfeita harmonia com Deus, os profetas compreendiam, melhor do que qualquer outra pessoa, os propósitos divinos e, muitas vezes, tinham o mesmo sentimento de Deus (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9). Eles viam o mundo e o povo sob a perspectiva divina, e não de acordo com o ponto de vista humano.

3.2 Era alguém que buscava o bem do povo. Eles advertiam o povo contra a confiança na sabedoria, riqueza, poderes humanos e falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Além disso, os profetas tinham profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13,19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8); não toleravam a crueldade, imoralidade e injustiça (Is 32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1).

3.3 Tinham um estilo de vida característico. Na sua maioria, os profetas abandonaram as atividades corriqueiras da vida para viverem exclusivamente para Deus (I Rs 17.1-6; 19.19-21; Mt 3.1-6). Alguns deles viviam solitários (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn cap. 3,4). Muitos deles foram perseguidos pelos falsos profetas (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10).

3.4 Anunciavam eventos futuros. Muitas de suas mensagens diziam respeito a eventos futuros. Algumas delas acerca de condenação e destruição (Is 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27); outras prediziam renovação e restauração (Is cap 61,62; 65.17-66.24; Jr cap.33; Ez cap. 37). Os profetas previram, por exemplo, a destruição de Samaria pela Assíria (Os 5.8-12; 9.3-7; 10.6-15), a destruição de Jerusalém pela Babilônia (Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2,24-27), bem como a vinda do Messias (Is 7.14; 9.6,7; 22.22; Jr 23.5,6; Mq 5.2,5) e muitos outros eventos que ainda estão para se cumprir, tais como a Grande Tribulação (Dn 9.24-27; Jr 30.7), a Vinda de Jesus em Glória (Zc 14.4), o Reino do Messias (Is 11.1-16), etc.

IV - AS FUNÇÕES DOS PROFETAS

As funções gerais dos profetas podem ser observadas nas três seguintes classificações:

4.1 Porta-voz especial de Deus. A principal função dos profetas era agir como embaixadores ou mensageiros divinos, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em épocas de crise. Eles eram, acima de tudo, pregadores da justiça em época de decadência moral e espiritual;

4.2 Videntes. Os profetas, em sua maioria, tinham habilidade de revelar o futuro ao povo (Dt 18.21,22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto somente Deus conhece o que ainda está por acontecer;

4.3 Professor da Lei e da Justiça. Apesar de os sacerdotes e levitas serem normalmente os professores de Israel, os profetas também receberam essa função quando o sacerdócio degenerou (Lv 10.11; Dt 33.10; Ez 22.26).

V – RELAÇÃO ENTRE PROFETAS E SACERDOTES

          Embora ambos fossem designados por Deus para o serviço religioso, havia entre eles algumas diferenças importantes:

5.1 Quanto à chamada. Os profetas eram chamados e designados por Deus individualmente, ao passo que os sacerdotes eram designados em virtude da sua descendência de Arão.

5.2 Quanto ao cargo. Os profetas eram representantes de Deus perante o povo; os sacerdotes eram representantes do povo perante Deus.

5.3 Quanto à obra especial. Os profetas preocupavam-se com a justiça espiritual e purificação do coração; os sacerdotes estavam mais interessados no sistema religioso da aliança de Israel. No entanto, devemos lembrar que ambas as funções eram importantes para Israel e se completavam.

5.4 Quanto ao ensino. Geralmente, os sacerdotes eram professores habituais; os profetas, pregadores do reavivamento.
         Enquanto os sacerdotes informavam, os profetas reformavam; enquanto os sacerdotes instruíam a mente do povo, os profetas se pronunciavam quando a Lei era negligenciada, tanto pelos líderes como pelo povo.

CONCLUSÃO

        Os profetas foram homens que Deus suscitou durante os tempos sombrios da história de Israel. Sua principal função era transmitir os oráculos de Deus e cuidar da vida moral e religiosa do povo. Por isso, tinham de ser homens corajosos para denunciar os pecados do povo e convocar o povo ao arrependimento, abandonar a idolatria e voltar-se a Deus, como podemos ler em (II Rs 17.13): “E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas”.

REFERÊNCIAS:

• Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. CPAD.
• Conheça melhor o Antigo Testamento. Stanley Ellisen. VIDA.
• Dicionário Teológico. Claudionor Correa de Andrade. CPAD.
• Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlim. HAGNOS.
• Merecem Confiança as Profecias? Claudionor Correa de Andrade. CPAD.

FONTE: http://www.redebrasildecomunicacao.com.br/?rbnpg=ebdDetalhes&ebdFile=144

SEJA DEUS VERDADEIRO!

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