...A PACIÊNCIA DE DEUS NÃO TEM LIMITES, MAS HÁ MOMENTOS EM QUE A SUA PACIÊNCIA DÁ LUGAR AS SUAS JUSTAS AÇÕES... Anderson Ribeiro

11 de setembro de 2010

LIÇÃO 11 – O DOM MINISTERIAL DE PROFETA E O DOM DE PROFECIA

INTRODUÇÃO

          Nesta lição, temos a oportunidade de destacar a importância e necessidade dos dons espirituais, especificamente, o de profecia, para o crente dos dias atuais. Enquanto a Igreja estiver na terra, existirão dons espirituais à sua disposição, pois, eles existem para a edificação do Corpo de Cristo. Não existe mérito para quem possui os dons espirituais. O mérito pertence a Cristo, pois, os dons são do Espírito e usados para o benefício de toda a Igreja.

I - O QUE SÃO DONS ESPIRITUAIS?

1.1 Definição Teológica – A palavra “dom” (I Co 12.1,4-11) vem do vocábulo grego charisma, significando “donativo de caráter imaterial, dado de graça”. Os dons, pois, são capacidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo com o propósito de edificar a Igreja. Através destes recursos, o Senhor revela o seu poder e sabedoria e conduz a igreja ao êxito na tarefa evangelística, atraindo os pecadores para o Reino de Deus. Os dons revelam ao mundo a Igreja como corpo de Cristo (Ef 1.22,23; I Co 12.12). A igreja é comparada a um “edifício” espiritual; os dons ajudam a manter sólido este edifício (I Co 12.7,26; 14.3-5; Ef 2.18-21; 4.12,14,15).

1.2 Conceito Bíblico – Vejamos agora, o doador, a finalidade, importância, atualidade, recebimento, e uso dos dons espirituais:

· Doador – È Deus quem no-los concede, por meio do Espírito Santo (I Co 12.8,9), como favores imerecidos (Rm 12.6);
· Finalidade – “É dado a cada um para o que for útil” (I Co 12.7);
· Importância – É de grande valor para o êxito da igreja (I Co 12.1);
· Atualidade – Deus não tem a intenção de retirá-los, continua a concedê-los a igreja (At 2.39);
· Recebimento – Ao que já foi batizado no Espírito Santo (At 2.1-5; I Co 14.1,12,13);
· Uso – Não podem ser considerados como um “manto” de santidade para ninguém. A santidade tem a ver mais com o Fruto do Espírito do que com os dons (Gl 5.22). Não devem ser usados de forma indiscriminada (I Co 14.40) nem adulterados (Ap 22.18,19).

II- DEFININDO OS DONS MINISTERIAIS

          De acordo com o Novo Testamento, podemos classificar os dons ministeriais da seguinte forma:

2.1 Apóstolos - "E ele mesmo deu uns para apóstolos" (Ef 4.11). No grego, "apóstolo" significa mensageiro; enviado; delegado. Um dom ministerial que em nada tem a ver com uma titulação eclesiástica como entendida por alguns segmentos protestantes. Em Ef.2:20, o apóstolo Paulo escreve: “(...)edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas (...)” e em Ef. 3:5 encontramos “ O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas;” deixando claro que devemos entender esta classificação de maneira distinta a de Ef 4:11(O que é tratado no ponto 3.1 e 3.2.), que revela o o termo “apóstolo” como um dom ministerial, o que contemporaneamente poderíamos chamar de missionário. Portanto, pelo que citamos acima, concluímos que há distinção entre o colégio apostólico e o dom ministerial de apóstolo, e que o termo aplica-se às seguintes situações:

· Os 12 Apóstolos (colégio restrito) iniciais (Ap 21.14; Lc 6.12-16; Ef 3.5; Jd 17; At 2.42; Ef.2.20).
· Os apóstolos primitivos e fundadores de Igrejas (missionários como Paulo e Barnabé) como em (At 13.1-5).

2.2 Evangelistas - "... e outros para evangelistas" (Ef 4.11). Este é outro ministério, cuja função é a de levar as Boas Novas de Cristo, o Salvador. É o que sai em busca dos perdidos e os traz à casa do Pai celestial. É um ministério de suma importância dado à igreja, ou, mais especificamente, a homens escolhidos para fazerem esse trabalho. É um ministério tão importante quanto os demais, sem nada diminuir ou aumentar aquele que o exerce. É uma posição específica no corpo de Cristo, que visa o fortalecimento e aperfeiçoamento de sua igreja. No N.T. encontramos Felipe, que era diácono (At. 6:5) também reconhecido como Evangelista (At. 21:8)

2.3 Pastores e mestres - "... e outros para pastores e mestres" (Ef 4.11). O texto é bastante esclarecedor ao associar o ministério pastoral com o de mestre, deixando claro que a função pastoral está diretamente ligada a do ensino cristão, ou seja, aquele que é chamado por Deus para exercer tal ministério estará também revestido de responsabilidade no ensinamento bíblico ortodoxo de suas ovelhas visando o seu crescimento, fortalecimento e edificação do corpo. O significado de pastor, no grego, é "guardador de ovelhas". O exemplo mais claro desse significado está na identificação que Jesus fez acerca de si mesmo como "o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 1.11). Em outros textos do Novo Testamento, como Hebreus 13.20 e I Pe 2.25; 5.4, os escritores identificam Cristo como o exemplo do verdadeiro pastor.

III- A FUNÇÃO DE PROFETA NO NOVO TESTAMENTO

          O emprego do termo profeta em Efésios 4.11 apresenta sentido distinto daquele encontrado nos textos de Ef 2.20, 3.5, e 2.20: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”. Efésios 3.5: “o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas”. Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas...”.

3.1 “Apóstolo-profeta” - Em Efésios 2.20 e 3.5 trata-se de um mesmo grupo: os “apóstolos-profetas”. De forma alguma o texto faz referência aos profetas do Antigo Testamento porque esses nada sabiam acerca da Igreja. Isso não quer dizer que os “apóstolosprofetas” eram o fundamento da igreja. Cristo é o fundamento da Igreja (1Co 3.11). Porém, eles foram os que lançaram o fundamento através das doutrinas que ensinaram sobre a pessoa e obra do Senhor Jesus. A igreja é fundada sobre Cristo no sentido de que Ele foi revelado através do testemunho e dos ensinamentos dos “apóstolos – profetas”. Quando Pedro confessou Jesus como Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus anunciou que a sua igreja seria edificada sobre esta Pedra, a saber, sobre a verdade sólida de que Jesus era o ungido de Deus e o seu Filho Único (Mt 16.18). Em Apocalipse 21.14 os apóstolos de Cristo são associados aos doze fundamentos da Santa Jerusalém. Eles não são o fundamento, mas são ligados a ele por terem ensinado a grande verdade sobre Cristo e sua igreja. O fundamento de qualquer edifício precisa ser lançado uma vez só. Os “apóstolos-profetas” fizeram essa obra de uma vez por todas. O fundamento que lançaram é preservado nas Escrituras do Novo Testamento.
3.2 “Profeta” - O apóstolo Paulo deixa claro que “apóstolos” e “profetas” referem-se a mensageiros usados pelo Espírito Santo que cooperavam na edificação da Igreja (At 13.1), dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus. Em todas as épocas tem havido homens cujo ministério foi de natureza apostólica ou profética. Os missionários, os que plantam igrejas e os que ministram a palavra para edificação dos santos são profetas, porém, não são “profetas e apóstolos” no sentido primário. Assim como no Antigo Testamento, a função do profeta do Novo Testamento é transmitir e interpretar a Palavra de Deus através do Espírito Santo, para admoestar, exortar, animar, consolar e edificar o povo de Deus (At 2.14-36; 3.12-26; I Co 12.10; 14.3). É dever do profeta do Novo Testamento, assim como fora do Antigo Testamento, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus. Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia. A obrigação profética da Igreja não é, em absoluto, a autorização para que, mediante uma “tradição”, acrescente o que foi revelado pelas Escrituras a respeito de Cristo (Jo 5.39), mas tão somente a divulgação, o anúncio e a explicação daquilo que está contido na Bíblia Sagrada, que é a Verdade (Jo 17.17) e que se encontra em posição superior à própria Igreja, seja porque é fonte de sua santificação, seja porque a Palavra se encontra engrandecida acima do próprio nome do Senhor (Sl 138.2), nome que está acima de todo o nome (Fp 2.9), precisamente por ser Jesus o Verbo (Jo 1.1), aquele que é a própria Palavra de Deus (Ap 19.13). Por isso, quando se não conhecem as Escrituras, cometem erros (Mt 22.29).

IV- O DOM DE PROFECIA

4.1 Profecia - É um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (I Co 14.3). O maior valor da profecia é que, uma vez proferida, sendo de Deus, ao contrário das línguas estranhas (que edifica a própria pessoa), edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza. A profecia é necessária para impedir a corrupção espiritual e moral do povo de Deus. Apresenta-se, assim, como uma verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que, revigorado pela profecia, tem alento para prosseguir na sua caminhada rumo ao céu.

4.2 Características da Profecia - O dom de profecia, hoje, não tem a mesma autoridade canônica das Escrituras (II Pe 1.20), que são infalíveis e não passíveis de correção. A profecia atual deve ser julgada e que o profeta deve obedecer ao ensino bíblico (I Co 14.29- 33). Pode acontecer que a pessoa que é utilizada no dom de profecia receba a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia. Portanto, “quem profetiza deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar ‘fora de si’ ou “descontrolado”, pois “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (I Co 14.32)”. Nem todas as pessoas são usadas por Deus no dom de profecia. Em nossos dias, temos visto que os termos “profecia” e “profetizar” têm sido mal utilizados. Muitas pessoas falam de si mesmas palavras boas como se estas fossem verdadeiras profecias, e ainda motivam outras pessoas a fazerem o mesmo. Paulo perguntou: “...Porventura são todos profetas?” (I Co 12.29). Essa pergunta foi feita para mostrar que nem todas as pessoas são profetas, ou seja, nem toda pessoa possui o dom de profecia dado pelo Espírito Santo. Desejar uma bênção para o próximo ou ter palavras de vitória tem sido encarado como uma profecia, o que é um erro terrível, pois os verdadeiros profetas falavam o que recebiam do Senhor: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pe 1.21). Portanto, à luz da Bíblia, nem todas as pessoas são profetas e a vontade do homem, por mais bondosa que seja, não pode originar uma profecia verdadeira.

CONCLUSÃO

          A obra de Deus não progride apenas com sabedoria e recursos humanos (Zc 4.6). Sem a atuação dos dons, o nosso trabalho torna-se mecânico e frio. Porém, com o poder do Espírito, manifestando seus dons, o trabalho torna-se vivo e dinâmico. Todos os dons espirituais são necessários e imprescindíveis tanto para a igreja como um todo, como para cada membro em particular. Por isso, devemos buscar com zelo os dons espirituais. Afinal, eles são uma grandiosa dádiva da graça divina ao nosso dispor!

REFERÊNCIAS

· Bíblia de Estudo Pentecostal – 1995 – CPAD.
· Lições Bíblicas – Jovens e Adultos – 1998 à 2004 – CPAD.
· A Doutrina Bíblica do Espírito Santo no AT e NT – Stanley M. Horton - 6ª Edição 2002 – CPAD.
· Cessaram os Dons Espirituais? – Wayne Grudem – 2003 Ed. Vida.

FONTE: http://www.redebrasildecomunicacao.com.br/?rbnpg=ebdDetalhes&ebdFile=155

Seja Deus Verdadeiro!

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